terça-feira, 12 de outubro de 2010

Aprendendo a querer a bicicleta azul...

Conta-se a história de um pai, que, querendo dar um presente para seu filho, compra uma bicicleta azul. O pai guarda na garagem e começa a mostrar para seu filho como são bonitas as bicicletas; como são importantes, divertidas; como se pode realizar várias brincadeiras com seus amigos, sozinho, etc. E de repente, aquela criança passa a desejar ter uma bicicleta... No dia do seu aniversário... a bicicleta azul está lá!!! Do jeito que ele sempre quis!!
Bom, na minha vida está acontecendo algo parecido. Deus tem me feito desejar minha "bicicleta azul" há algum tempo. Tento relutar dizendo que não, mas, quer a verdade??? Estou muito querendo ganhar o meu presente, que só poderá vir se for do próprio Deus...òh, Deus, libera a garagem!!!
Te amo, papai... obrigada por me dar o que eu preciso...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Viçosa, Uruguai e a EBD na IPA

O que há em comum Viçosa- MG, Punta del Este, no Uruguai e a escola Dominical da minha igreja (que, por sinal, frequento há 18 anos)? Vou-lhes dizer o que há.
Deus falando a mesma coisa para mim. O mesmo discurso. A mesma resposta às minhas orações. O mesmo desafio. A indicação da mesma decisão e consequentemente direção que preciso tomar.

Gosto muito de um autor de ficção cristã chamado Frank Peretti, muito conhecido pela dupla "Este mundo Tenebroso" e "Este Mundo Tenebroso 2".A fala que me recorro é a fala de um personagem secundário no livro "O profeta", a tia do personagem principal do livro dizendo mais ou menos assim:

"Quando Deus fala com você, é como o livrinho de João: doce ao paladar e amargo ao estômago. Você fica contente: que bom, Deus falou comigo! Que bom, Deus está me convidando para participar da sua obra!! Mas, logo depois que Deus fala e que você assumiu o compromisso, você se dá conta da tarefa que tem que fazer e do quanto você é incapaz de realizá-la". E de fato, é assim mesmo: os sonhos de Deus são do tamanho dEle e, para sermos seus cooperadores na tarefa, precisamos depender dEle e nos ajustar à Ele, não o contrário.

Sei que não estou pronta para o desafio que Deus me deu. E se a coisa dependesse de mim, nunca estaria. Mas aprouve a Deus a chamar as coisas loucas desse mundo, já dizia Paulo, para envergonhar as sábias. Estou no processo de deixar de ser "sábia" (para o meu padrão, o padrão das demais pessoas) para me tornar "louca o suficiente" para atender ao chamado de Deus, tão claro, que tem se repetido independente do Estado ou país em que me encontro.

Enfim... que Deus me ajude. Ou talvez: que eu me deixe ser ajudada por Deus.

Considerações sobre a oração (em Espanhol)

Recebi de um amigo esse trecho de um livro de um cardeal guatemateco da teologia da libertação; Achei por bem publicar em meu blog, para reflexão e discussão.


La Oración

La oración es algo natural e n el hombre, como hablar, o suspirar, o mirar, o como el latir del corazón enamorado; y en realidad es una queja y un suspiro y una mirada y un latido enamorado. Es algo natural en el hombre y es un instinto, pero el hombre con su naturaleza caída tiene que aprenderlo de nuevo, porque es un instinto olvidado.

La oración no es mas que establecer contacto con Dios. Es una comunicación con Dios, y no necesita ser con palabras ni aun con la mente. Uno puede comunicarse con la mirada, o la sonrisa o los suspiros, o con los actos. Fumar puede ser también oración, o pintar un cuadro, o mirar el cielo, o beber agua. De hecho todos nuestros actos corporales son oración. Nuestro cuerpo formula un aporfunda acción de gracias en sus entrazas cuando sediento recibe un vaso de agua. O cuando en un día de calor nos zambullimos en un río fresco, toda nuestra piel canta un himno de acción de gracias al Creador, aunque esta es una oración irracional, que puede ser sin nuestro consentimiento, y aún a veces a pesar nuestro. El trabajo es una oración existencial…

...Dios nos envelve por todas partes como la atmosfera. Y como la atmósfera está llena de ondas visuales y sonora pero nosotros no podemos verlas ni oírlas si no las sintonizamos por los canales debidos, así también estamos rodeados por todas partes de las ondas de dDios pero no podemos percibirlo a Él si no lo sintonizamos por los canales debidos. Quien vive solo en el mundo de las percepciones sensibles no puede captar estas ondas de Dios…

...La razón por la cual la gente no suele experimentar la presencia de Dios es porque estamos acostumbrados a que toda experiencia nos venga de afuera, y esta experiencia es de adentro. Estamos volcados hacia el exterior, pendientes de las sensaciones de afuera, y entonces se nos pasan inadvertidos los toques y las voces de adentro.

Creemos que si Dios nos hablara sería con una voz material, que nos entrara desde afuera por los oídos.

O uno cree que esa presencia es uno mismo, y no reconoce Su presencia dentro de uno. No sabemos que en el centro de nuestro ser no somos nosotros sino Otro. Que nuestra identidad es Otro. Que cada uno de nosotros ontológicamnete es dos. Que encontrarnos a nosotros mismo y concentrarnos en nosotros es arrojarnos en los brazos de Otro.

Nosotros estamos buscando siempre ese abrazo, pero equivocadamente, proyectándonos hacia afuera. Oímos la voz irresistible del amado lamando desde adentro, y creemos que está silbando afuera.

Y Dios está en todas partes, aún en Broadway, pero su voz solo se oye en el silencio.

&n (Vida en el amor, Ernesto Cardenal)

sábado, 8 de maio de 2010

"Sorria, você está sendo filmado"... mas pode ser que continue sozinho...

Neste mundo louco e uma vida mais louca ainda, a frase mais lida talvez seja "Sorria... você está sendo filmado". Reallity shows como BBB, A Fazenda, despertam a curiosidade de uma galera sem fim pra ver a capacidade do ser humano ser humano... errar, ter cobiças, organizar relações por interesse... quanto mais picante, a espiadinha dá maior prazer, para se esquecer das suas próprias mazelas e das coisas que a pessoa já não quer mais saber da sua própria vida...

Pois é... mas eu estava refletindo sobre a capacidade das pessoas de continuarem se sentindo sozinhas... com tantas câmeras, ninguém mais pergunta pra realamente se está tudo bem ou mesmo e quem responde, tem medo do que vão pensar...

Há ainda um outro extremo... as pessoas não tem noção de onde podem chegar as coisas que vão pra internet... os 15 segundos de fama (ou um pouquinho mais no video)... pessoas perdem emprego, status, e muito mais em um flagra ou mesmo em algum vídeo que confessa quem é ou não é...

Gosto de um lugar secreto... onde apenas os olhos de Deus me veem... no cantinho do meu quarto, onde nenhuma câmera escondida existe... mas a pessoa mais importante enxerga mais que minha posição, mas o que está no meu coração... gosto de saber que, no final das contas... não estou só...

Estou com Cristo... e essa paz me basta mais que qualquer fama... Um beijo e feliz dia das Mães...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Novidades???

Pessoas vêm... pessoas vão...

Desde meu aniversário, muitas novidades tem acontecido...
Já encontrei desde um irmão desconhecido
até um primo tão tão distante
com novidades fascinantes...

Muito doida a minha vida...
Saio de partos e vou à enterros
e vejo o fim e o começo,
e pessoas vêm e vão.

As vezes observei
as vezes, sou observada...
As vezes, para o teste da minha paciência
tentam decobrir o que penso (e fico extremamente irritada)

Não sei o que esperar de algumas pessoas
me surpreendo com outras
algumas parecem sumir e outras, geração espontânea...

Se a vida fosse igual
e as pessoas não fossem o que são
seria tudo muito paradão

então...
pessoas vêm... pessoas vão...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A arte da raiva sem destruição

Se tem um versículo da bíblia que me instiga é o tal do "irai-vos e não pequeis... consultai no travesseiro o coração"... Até porque é o primeiro versículo que vem à minha mente quando eu fico furiosa com alguém ou alguma coisa.

Pecar = etmologicamente falando, vem do grego e significa "errar o alvo". Essa palavra era usada pelos arqueiros que, quando atiravam suas flechas e erravam, diziam "você pecou por xx centímetros" (ou seja lá qual for a medida da época). Seu uso indiscriminado deu um certo estigma ao significado, mas sem nenhuma complicação, pecar é isso mesmo; é chegar no quase, e de quase, não chegar a lugar nenhum.

Acho que todo mundo fica "irado", no pior sentido da palavra. Gostaria de dizer que sou uma excessão, mas no momento sinto tanta raiva que minha vontade neste momento é "chutar o balde", é desistir (é uma pena estar escrito na bíblia que é proibido matar - brincadeirinha, isso é muito importante sim...). As pessoas acham que sou calma. Não sou. Sou controlada (na maiorira das vezes ) pelo Espírito Santo. Tirem ele de mim e sobra uma pessoa insuportavel e que não suporta quase nada. A palavra bonitinha é "irascível". E minha raiva deste momento é um somatório de alguns emails que acabei de receber e fruto de um sentimento de "sentir-me usada", de ter sido desrespeitada por pessoas que realmente precisam de mim; é um misto de "eu não preciso disso" com "que $&*@% ...", afinal, a boca eu geralmente seguro (os dentes ficam antes da lingua), mas quem segura o meu pensamento???? E não me venha com aquele papo de "cristão de aréola" que diz "como você pode pensar em uma coisa dessas?" Acredite, me conheço o suficiente para dizer que posso fazer coisas que só Deus pra não duvidar...

Se segurar neste momento é uma arte, apenas ensinada pelo grande mestre. Sim, porque você pode até não explodir com ninguém, mas isso explode em você e gera gastrite, sindromes sem fim, obesidade, anorexia... enfim, você destrói a si mesmo, caso esse sentimento se prolongue muito. E aí vem a segunda parte: a de consultar a consciência. No travesseiro, quando o mundo pára de falar e você fica sozinho(a) com você mesmo, é a hora que ela diz "não devia ou devia ter feito aquilo". Alguns até perdem o sono de tanto que ela fala; outros só dormem pra ver se calam a dita cuja.

Como não pecar nessa hora em que, fisiologicamente, a área do cérebro responsável pelos sentimentos quer calar a área da racionalidade? Por que não colocar a culpa na fisiologia pra maquear um "tudo bem" pra consciencia? A questão, no final, é que somos responsáveis pelo que fazemos em todos os momentos da vida, todos mesmo.

Eu só sei de uma coisa: sou dependente de Deus pra não ser irascível o tempo todo e para me controlar quando chego a esse estado. E todas as vezes que falhei foi porque não deixei o Espírito Santo me controlar. E aí, eu pequei. Errei o alvo de "amar a Deus sobre tudo e amar as pessoas como me amo". Nessa hora, eu meio que parei de amar a Deus porque disse a Ele, mesmo sem dizer, "não se meta na minha vida"; não amei as pessoas independente do que elas fizeram porque "não estou nem aí pra elas" e de certa forma não me amei porque não consigo pensar no longo prazo, só consigo pensar em "ter a razão, ou mesmo de ser ressarcida pelo que recebi sem merecer ", de acordo com meu juízo de valores.

Enfim, todos os dias tenho a oportunidade de estragar tudo. Tem dias que chego muito perto disso. As pessoas acham que ser cristão é fácil. Pra mim não é. A arte da raiva sem destruição me exige "negar a mim mesmo", ou seja, não viver a vida pelo meu padrão de justiça, mas viver o padrão de amor e misericórdia de Deus. Fico muito feliz que Deus tenha enviado Jesus. Porque assim, tenho um exemplo a seguir. Você pode pensar: "ah, mas Jesus é Deus, ele não pecaria mesmo..." ; mas se você olhar com atenção, Jesus viveu na terra com as regras de ser homem. Mesmo os milagres que ele fez, ele só o fez porque orava e pedia poder a Deus pai. Ele mostrou o caminho. Aliás, ele é o caminho. E é assim que nós vencemos. Não somente a raiva, mas o medo e tantas outras coisas. A batalha é diária pra todo mundo. Vamos vencendo, conforme nos conformamos à forma de Deus e ele entra na nossa forma, fazendo parte de nós.

Olha, até que a raiva passou... Obrigada, Jesus, você me livrou de mais uma coisa pra não me arrepender!!!!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010




O tal do propósito...


Estou sendo sujeito de pesquisa de um professor da UnB, talvez porque eu deva ser um estudo de caso relativamente interessante: afinal, não é todo dia que a gente vê uma pessoa que se formou, gosta da profissão, recebe relativamente bem (o suficiente pelo menos), voltar a fazer uma graduação. Especialmente quando se trata de uma graduação como Pedagogia.


Olha, nunca pensei que pedagogo sofresse tanto. Desde o dia que eu passei, 98% do que ouvi foram críticas: "pra quê pedagogia? Isso é perda de tempo! Mas você não gosta da sua profissão? Você está retrocedendo o seu currículo!" e outras coisas que não colocarei aqui, porque achei obcenas demais. As pessoas deveriam ter vergonha de dizer isso pra alguém. Aliás, só não ouvi mais porque passei (de novo) pra UnB.


Percebo que todas as profissões que tem o ser humano como o mais importante são preteridas. Já tinha sofrido algum preconceito por ser enfermeira, mas o estigma da pedagogia consegue superar; além do salário nem sempre muito convidativo, você ainda tem que ouvir que "você pode fazer melhor que isso".


Melhor que o prazer de ver uma criança que não tinha nenhum contato com o mundo da escrita, de repente ler ? ou a emoção de ver um adulto não apenas reconhecendo as letras, mas os seus direitos? A alegria de tornar um grupo inteiro capaz de incluir a diversidade construindo a tolerância entre pessoas de diferentes habilidades, necessidades? De tornar os processos educativos dentro de uma empresa algo menos estressante e mais eficiente e eficaz? De interagir com uma pessoa hospitalizada e não permitir que seu processo de doença não lhe dê prejuízos biopsicossocialmente? E tantas outras opções que a pedagogia permite, e algumas novas que quero muito explorar...


Mas, voltando ao fato de ser "sujeito de pesquisa" (essa ciência nova é muito interessante), precisei responder sobre qual seria o propósito da minha vida. Perguntinha complexa essa, mas deu pre perceber que, com certeza não é dinheiro...


Gosto de um versículo de Atos dos apóstolos, no discurso de Paulo que diz "pois nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos..." (Atos 16.28a). Sem Deus, não há propósito na minha vida. Não teria motivo eu levantar de manhã, comer, sair pra trabalhar, comer, dormir. Ainda que a Pedagogia e a Enfermagem, minhas profissões do coração (que aliás uso as duas indiscriminadamente), me deem desafios, conquistas, alegrias (algumas tristezas e estresses também), garanto que elas não tem valor pra mim se algo mais profundo não me desse significado.


Não há razão para acreditar nas pessoas como acreditava Rousseau, se você não considerar o fator divino. As pessoas tem esse "quê" de auto-destruição. Bastam ver alguns de meus pacientes; não precisam nem usar drogas ou tentar suicídio; basta um diabético não usar o açúcar como deveria; basta um hipertenso não tomar sua medicação, ou uma transa ocasional sem nenhum cuidado; ou ainda, um isolamento das pessoas que poderiam alimentar sua necessidade de amor...


Uma vez viajei para a Polônia e fui ao maior campo de concentração do mundo dos alemães: Auschwitz. Foi um momento de grande reflexão, ver a "máquina da morte". Nunca vi tantas formas de morrer juntas em um mesmo local: você poderia escolher morrer queimado vivo, morrer na câmara de gás, apanhando, trabalhando, na forca, de frio, doente, em uma experiência do dr Mengele, se atirando de desespero na cerca elétrica ou sendo eletrocutado em tortura... e fiquei pensando o que poderia impedir que aquilo acontecesse novamente, e na verdade, sei que parte daquilo ainda acontece no mundo.


meu amigo, veja bem suas motivações... pense sobre isso. Como diz Mel Gibson no filme coração Valente: "Todo homem morre. Mas nem todo homem vive".